Em São Paulo, a referência para o mercado de milho está em R$ 97,50, a saca de 60kg, o que representa uma alta de 72,6% em relação ao mesmo período de 2020, e recorde em valor real. “Hoje (26) a referência em Campinas/ SP, que é a praça balizadora, o milho está em torno de R$ 97,50 por saca, subindo 9% no acumulado de março, com expectativas a curto prazo de mercado firme até termo uma ideia mais consolidada sobre a segunda safra que está sendo plantada agora”, explica o analista de mercado da Scot Consultoria, Rafael Ribeiro.
Segundo Ribeiro, a segunda safra de inverno representa em torno de 75% da produção total do país, então até o início da colheita da segunda safra em junho, temos um cenário de disponibilidade baixa para o mercado interno. “O cenário é de preços firmes ao longo da última semana, mesmo com o ritmo dos trabalhos melhores, tanto os atrasos na colheita da safra de verão da primeira safra, quanto a semeadura da segunda safra no Brasil central e da primeira safra no Sul, vemos que a preocupação, principalmente, com as incertezas em relação a 2ª safra está dando sustentação aos preços”, ressalta o especialista.
Dessa forma, esse atraso na segunda safra de inverno aumenta o risco climático da cultura. Então, o mercado está sustentado nessas incertezas com relação à produção da safra de inverno. “A forte variação do dólar que no dia 9 chegou a R$ 5,74 por dólar, no dia 23 caiu para R$ 5,49 e hoje (26) estamos falando de novo em R$ 5,65. Os momentos de alta contribuem para a sustentação dos preços do milho no mercado interno, que hoje (26) a referência é de R$ 97,50”, salienta Ribeiro
“Acreditamos que se tudo der certo em maio, já com cenário pouco melhor a respeito da segunda safra, teria espaço para os preços caírem se confirmado uma produção boa na segunda safra. Mas, por hora, agora final de março e começo de abril, a expectativa é de mercado filme, com atenção ao clima e ao câmbio, como os principais fatores de interferência nesse mercado”, conclui o analista.